Monday, October 30, 2006

Ela disse:

Diz-lhes que eu fui assassinada,

só por ser eu.

Diz-lhes que me rejeitaram,

como uma rameira,

só por sentir como ninguém.

Conta-lhes que eu sou selvagem

e cobiçada por todos os homens.

Que o vazio que habitava o meu coração

se tornou em pura rebelião.

Diz-lhes mesmo que o sonho que vivia na minha alma

se esfumou em mil malicias.

Ele disse:

Conto-te que eu ousei,

e que por ousar,

fui morto para a ira rasgar.

Conto-te que às presas da morte,

me fiz eu mais vivo e forte.

Que existem mais homens que desistem,

do que fracassam.

Digo-te mesmo,

que por amar fui sacrificado,

fazendo-me deserto

em profundo mar tornado.

Que fui silencio, a contemplar, esperar.

Conto-te que sou selvagem

e em todos os ventos, solitario,

que te espreito e guardo

como a sagrada chama que arde à meia noite.

Que na briza canto todos os lamentos

que sopro então em luminosos e eternos rebentos.

Que o vazio do meu coração

encontra iluminação;

E que em tudo isto um segredo existe

que na tua presença depus

quando, raiando, te tornas luar

e nos meus olhos vens habitar.

Que o teu nome é eternidade,

mesmo em cada segundo.

E infeliz e efemero do homem que não arriscaria a morte,

mil vezes, pela eternidade.

Sunday, October 29, 2006

Enquanto um mudava de formas,
o outro tornava-se.
Enquanto num o coração ardia,
o outro era o fogo dos céus volventes.
Enquanto um passava pelas coisas do mundo
o outro atravessava-as.

Porquê a predominância do romantismo neste espaço de espelhos e façanhas?

1 - A valorização da manifestação individual; a capacidade do ser humano se ensinar e se construir a si próprio por intermédio da sua interacção consigo mesmo e com o mundo; e, porque procura ver no mundo uma extensão da sua alma, o romantico cria-se à sua própria imagem à semelhança de um segundo demiurgo, ou de um deus.
(... A possibilidade de se fazer do mundo uma representação coerente não retira nada ao facto de o mundo tal como é em si mesmo não ser o mundo tal como se reflecte no espírito humano.... Nada pode, fora do próprio ser humano, decidir do que será a sua opção de homem ...
Kant)
2 - A auto-analise por via da emoção exprimida e levada a confessar-se em detrimento do recalcamento.
3 - A defesa da liberdade, da vida, do amor e da luz.
4 - A busca das origens e o combate à corrupção social a favor da pureza e do estado de inocencia humana.
5 - O respeito à infância, à nação, à tradição (que caracterizam o individualismo grupal e individual, e potencia a contribuição de cada sub-grupo num panorama mais generalizado).
6 - O Romantico é um teórico do irracional, exprimindo-o por via da ciência das letras, tendo presente o espirito literário, brindando a besta de inteligência e dando-lhe uma via de criação/recriação metódica.
7 - A insatisfação do individuo com o mundo que o circunda, a sua revolta contra a ordem estabelecida e estagnante, o caracter da sua rebelião social, politica e metafisica.
(... "Sobre a bandeira romântica, leu-se esta tripla divisa: liberdade política, religiosa e literária", escreveu F. R. de Toreinx em 1829; Goya considerava Satã o Deus do Romantismo)
8 - A materialização da tendencia vertiginosa em direcção ao infinito, ao outro, ao divino.
9 - O acto poético como êxtase derivado da inconsciência, a dissolução do ser no seu próprio mar primevo de esquecimento, abandono e criação, revelando novas realidades.
10 - A fertilização por parte do mundo exterior (chamado real) no interior (chamado de sonho) e do interior no exterior, revelando com naturalidade a impressão da alma na natureza, por via do mito: o principio vital e a animosidade que anima o romantico; a busca pelas portas da percepção que o levam à mesclagem com o mesmo estando nisto a sua passagem para a luz ou o desfalcamento no abismo; a poesia resultante, como o acto mágico da cristalização do transcendente.
11 - A valorização da dualidade espelhada na sua imagem unificada por via da arte: prazer/dor, beleza/horror (Novalis afirmava que a crueldade provem da volupia assim como a religiosidade, Hugo escreveu "A Morte e a Beleza são duas coisas profundas (...) Duas irmãs igualmente terríveis e fecundas")
12 - O meu gosto pelas enganadoras mascaras da forma, tão sedutoras no seu amor, implorando, em cada manifestação, serem tomadas pela Luz que nunca se afecta; brotando eclipses nos cegos.





"... o pintor evocará na paisagem o prolongamento da sua melancolia ou dos seus sonhos. Não se tratará realmente de um programa nem da observação directa de um sítio, mas da escolha de elementos eleitos em função do seu valor sentimental."

Mas o romantico está condenado ao delirio,

fechado na sua caixa de si mesmo.

XEPER

Saturday, October 28, 2006

"Death stands above me,
whispering low
I know not what into my ear;
Of His strange language all I know
is, there is not a word of fear."

Walter Savage Landor

I see a red door and I want it painted black
No colors anymore I want them to turn black
I see the girls walk by dressed in their summer clothes
I have to turn my head until my darkness goes
I see a line of cars and theyre all painted black
With flowers and my love both never to come back
I see people turn their heads and quickly look away
Like a new born baby it just happens evry day
I look inside myself and see my heart is black
I see my red door and it has been painted black
Maybe then Ill fade away and not have to face the facts
Its not easy facin up when your whole world is black

No more will my green sea go turn a deeper blue
I could not foresee this thing happening to you
If I look hard enough into the settin sun
My love will laugh with me before the mornin comes

I see a red door and I want it painted black
No colors anymore I want them to turn black
I see the girls walk by dressed in their summer clothes
I have to turn my head until my darkness goes
Hmm, hmm, hmm,...
I wanna see it painted, painted black
Black as night, black as coal
I wanna see the sun blotted out from the sky
I wanna see it painted, painted, painted, painted black
Yeah!


R. Stones

Friday, October 27, 2006

peito sangrento
palpitantes costelas
lagrimas nos olhos inchados
faces contorcidas

De repente uma picada de escorpião
directamente no coração

Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.


Ricardo Reis, 12-6-1914

Saturday, October 21, 2006

With the snow fallen thick
And bonfires alit
And shooting stars portent of rips
I ascended to spur
A mere glimpse or murmur
From her precious celestial lips

Be it sun to your moon
Be it moon to your sun
Together we promised to come
With a turn of the screw
And a slip of the tongue
We eclipsed one another undone

Through the mist, through the woods
With the night-wraiths I've stood
Atop murderous peaks calling you
On storm-lashed beachheads
Where the fisherman dread
The things your bewithcments accrue

Those deep creatures bring
Her cut diamond rings
A girl with a pearl necklace her
Advancing in fevers
Tsunamis and a myrrh
Will she wreak bloody vengeance or purr?

She lights the skies
Dressed in silver scales plucked from the ocean
To spite her thighs
That Lucifer snuck inside
And with his pride
Enclaves were upgraded to Goshen
So paradise
Could shine from out her skirts

I adorn myself at dusk
With ornaments to close the noose
A kiss as red as blood and cold as hell

My body glows with lust
Anaemic as the flag of truce
I raised at dawn to catch you in my spell

With every twist I cannot resist her
Fertile female mind control
This wanton witch, white-rapids sister
To whom I pour my wine and soul

From a copse of black yews
Where the moon was drawn through
Like a sword through a Gordian knot
She descended to me
Claiming swift victory
Over the heart I had near-soon forgot

With every kiss this huntress whispered:
Yield to my sweet embrace
One night of bliss
I could not dismiss her
Once her beauty shot me a darker face

You mesmerize my soul Diana
You mesmerize my soul
Dany Filth

Friday, October 20, 2006

O cansaço cristaliza-se em poder. Então eu renasço como uma Abominação.

No jardim das almas uma e outra vez e uma e outra outra vez, o amor dos entes forma-se como um ódio e permanecem onde estão, uns com os outros.

As minhas criações jamais poderão um solo fertil, pois são produto de tudo o que jamais poderá ser aceite pelos vivos.

Porém, eu estou vivo, em todos as veias que percorrem os sitios do que sangra.

Então, na sua mente, todos dançavam, e Typhon engolia-os na bruma, um a um.

O Sol chorava lagrimas vermelhas, o seu templo feito em ruinas, desacreditado por todos.

Marduk foi despedaçado. O magista tornou-se na autoridade do nada.

Enquanto rasgava os véus a minha amante espreitou-me, pegou em mim para dançar. E o unico amor que lhe podia dar era um adeus.

Fiquei imóvel, nos sitios da escuridão, tenso, na espera: e surgi da sombra, perante todos os deuses que falaram, parti-lhes as bocas e alimentei os meus rebentos do escuro sangue dos seus maxilares.

A minha fraternidade é uma fraternidade de um ódio impossivel, inconcebivel, e o unico ódio que me resta é o amor.

No jardim das almas tantas vezes o orgulho se formou em culpa, vergonha tamanha, e todos se uniram debaixo das suas dores caladas, como se o nojo fosse cola. E de repente um coração quente mostrava-se oculto no adubo. As flores do jardim subiram, subiram, e engoliram o Sol.

Porque, por se LEMBRAR, se esquece frequentemente nas achas do Sabbat.

Porque o coração se quebra em vão, e o vão num coração se quebra.
Ninguém sai daqui, não julgues que existe uma luz no fundo da morte.
Procura nas barras da tua cela: pure unending bliss.

Sh...

Wednesday, October 18, 2006

"It did not escape my consideration that I may have chosen a race whose power may ultimately eclipse their own minds, and cause an eventual extinction."

R Raven

Tuesday, October 17, 2006

Jornal Reptiliano


O Anticristo foi visto a correr nu com o coração de uma mulher de bem que, diz-se, mantinha as suas relações com o Suprassumo Santo Diabo.
As autoridades levaram-no sob custodia, ele provou que namorava a sra Dona Fátima e que, estavam prestes, até, a casar; mas o tribunal dos Juizes de Saturno avançou com provas conclusivas e fechou-se assim a audição, sendo facto consumado que o Anticristo saiu do caso em questão sob pena de prisão PERPÉTUA por ter roubado o coração à Senhora.

"A verdade," disse-nos, "é que nunca o teve, porque jamais fora violentada"

Não engendro, o porquê
de ser feito o que fui
Pois é nos momentos de nenhuma razão
que sobressai maior entendimento.

Alcancei até ao sopé da memória
onde tudo se perpetua
gloria ingloria;
E de ali ter existido, reflexo
sou agora o que sou
de muito simples, complexo.

Se cheguei até à verdade
da ilusão
- e que toda a realidade
engana -
que ha sempre outro Outono
e manhã outra
que tanto me faz o escuro
quanto a vela
e que os acrescentos dos homens
são como merda;
Se de fora contemplo,
nada mudou
e o Mestre do Templo
é só mais um, que se cansou
(e só por isso ousou)
todo ele cansaço Ser.

Monday, October 16, 2006

Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...


Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!


E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...


Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!


No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."


E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...





Castro Alves

Sunday, October 15, 2006

As Mulheres:



Estar deitado ao lado de uma, acariciar-lhe as formas com mãos derretidas de paixão, e esculpi-las como agua fervente, despertando os vários fogos da luxuria sagrada e colorida, enquanto permanecem receptivas, pacientes, toda em chispas numa sabdoria secreta.

Voltar com uma para casa, depois do festejo, quando sabem que tem um homem na mão, sentam-se, como felinos, e sem mais gestos ou palavras, observam; enquanto estão sentadas conhecem o seu poder sedutivo, soltam toda a segurança da sua personalidade, e é só nestas ocasiões que um homem vê os deuses na carne.

Estar deitado ao lado de uma, ser enrolado a movimentos ondulatorios, como se numa teia de aranha, e picadas que despertam todos os mais sensiveis pontos vibratórios, inundando-nos e fazendo-nos inundar de luz; abandonar-mo-nos, deixarmo-nos morrer, para ser luz... luz, dentro da escuridão húmida do seu ventre.

A bem aventurança das pernas suaves que abrem para acolher, que lembram o seio e o colo oferecido ao bebé sequioso, que fazem viajar ao quente derretido centro da terra, e a incandescência do metal na pele e na percepção. Que fazem unir-se a todas as coisas selvagens e naturais, que caminham na e dão vida à terra, e tudo isto numa só mulher.


As estrelas, que se colam ao nosso peito no sabor orgásmico, cabem todas nos seus olhos,
no seu sangue.

Saturday, October 14, 2006

Eu evoquei-a
sobre as estrelas.
Ela veio a mim
em amor perfeito.
Deu-se toda e
sem necessitar
tomei-a aos poucos.
Em vales secretos
eu criava pactos
de um céu prometedor.
E por debaixo
da escuridão aquecida
os seus ovos de amor
soltavam formas vampirescas
espalhou o inferno
sobre os meus pés,
e deu-se na cruz do meu tormento.
Vendo destas contrariedades
em esgares celestes
segurei a sua mão.
Atirou-me todos os seus pesos
arrastou-me aos abismos
e, já no fundo do mundo
larguei a sua mão.
Chamou-me por pai
e disse que a matei.

O peito, rasgado,
jorrou sangue,
sem parar.

E eu amaldiçoei-a
pelo meu amor.

Ela a Lobo, ela de Chifres:

Selvagem, persegue, e desconfiada ali alcança.

Selvagem, na esperança, de que o sonho seja dança.

Selvagem, à espera, do dialogo perfeito na negra fera.


O seu faro é o perfume dos antigos,
a sua carne o monumento aos veios de venus,
o seu coração não tem abrigos
por isso percorre a fundo o mundo e, onde arde
segura a chispa da Chama Secreta e disforma
o ferro dos homens.

O amor é a palavra,
a beleza ética
mas sem amarra.

O medo atrai-a,
ao coração que segura
ali obrigando-o a rendição.

Alguns dizem que é oraculo,
eu digo que é vulcão
emanando, lá do centro
o caldeirão da perfeição.

Lança ali uma palavra
e depois de silenciada,
ela escapa, melodiosa citarra
em hinos a Lucifer e à sua Esposa;

Selvagem,
falando e visionando,
calada,
o mundo iluminando e eclipsando,
com-penetrada,
a perfeição da sua boca está velada,
e quando troveja,
é jubilosa gargalhada.

Selvagem, nenhuma corrente de ferro;
a ferreira do seu dialecto;
Amor é a palavra, e a corrente de rosas
a sua lavra.






"It was twilight, we were eating. A pack charged into the middle of our camp, nine of them chasing a young caribou. They'd already hobbled him and they knew he was theirs.

They brought that caribou down right in front of my tent. I was standing ten feet away, but they didn't see me. They were raving mad. Bloodlust is the only word for it. One of them had his hind legs in the campfire. I could smell his fur burning.

They tore his hams apart and ate his intestines. They were deep inside him. He was still grunting and struggling. It went on for twenty minutes. Finally, when the caribou was dead and they'd eaten half his carcass, they woke up and realized where they were.

To say they take pleasure in it - that doesn't come close. Killing is like sex for them, a state of rapture. We're omnivores, we have a little of that in us, but the wolf's role in the ecology of ungulate prey populations, doesn't quite capture it."

Rich Shapero

Friday, October 13, 2006

Eu falava do tormento do espirito, e das debilidades delirantes da febre, do peso das coisas impossiveis de calcular pelos que se movem fora da minha pele. E de tudo isto eu falava com dor genuina, com um sincero sorriso ao contrario. Dentro do silêncio do silêncio, um silêncio que é desconhecido aos homens, e intimo no intimo dos mesmos (porque os homens, que caminham na terra, são como a terra, derretidos por dentro), ria-me de todo este aparato, em paz, feliz, inabalavel, luminoso. Este era também um cruel carrasco.


To welcome the play.

"To love is to hate, for love is a lie"
To hate is to love, for hate is a lie.

Wednesday, October 11, 2006

“The Tortured-Ecstasy of the contorted face, the writhing of the hag body that ground down it’s beast. The storm of lust and pain and madness. It was Night’s Hollow wretching at her captive Dragon, whose blood was seed of the blind and furious stars. She was like Hecate in a death-dance, Satan-possessed, convulsive, pumping my life, body and soul, as ‘twere a Python in his agony. She certainly gave me what I’ve been losing. Youth’s intensity…….that sacrament of Satan that may be consummated only beneath night’s dome, in utmost silence, because it’s elements are not symbols of things, but They themselves.” - Aleister Crowley, “The Magical Record of the Beast 666”

Monday, October 09, 2006

Pan

By Andre Consciencia

Pan, Io Pan, my Secret Sun
Al, All, Lal, One, None
I call you forth by every tone
and by the fires, seven, of your flute-tongue

Pan, Io Pan, Panaeon
Horned devil, dancing ON
Stir through me until I see
all the matter glittering
serpenting, softly whispering
"Maya, Maya, are you listening,
to this terrific nothing at your withering?"

Pan, Io Pan, my Secret Sum
Phallic goat of every song
lifting up the veils of panic
melting me through, in bliss oceanic

Pan, Io Pan, of phallic tongue
through lust unite and lust ignite
father of blinded sight
of all savage right
Oh beloved one of every rite


http://www.horusmaat.com/silverstar/SILVERSTAR6.htm

Saturday, October 07, 2006

Fecho o olhar.
Crio sombras.
Envolvo-me nelas.
A saliva de Nuit:
Cthulo.

A sorte nenhuma
dentro de um trilho
de multiuniversos.

E de novo o fogo,
o fogo de Mephistopheles.
A cinza jogada
jogada como dados.

A luz do luar
num aviso de ultima vez
despedida cortês
que gera a consciência
na virtude de um coração
despenhado (resgatado).

Um pedaço de tecto (abismo)
que rola encosta abaixo
(certeiro ao céu)
os gigantes do caos
que se sentam no banquete
do sabbat do nunca
redentor de toda
e toda, a escravatura.

Três ossos de vaca
e um colar de olhos,
para o oraculo misterioso
da nossa quadrupla inexistencia.

Sentei-me, também eu
com os demónios do tempo
e o seu enxofre era,
desta vez, azu(l).

Escancarei o crâneo
e deixei escapar do tumulo (cabeça)
uma caixa de pandora
na forma mui habil
de uma sonora gargalhada.

O que é isto afinal?!
O Cão roubou a minha morte!

Behind your door
Landscapes
Your name carved into a stone
Rivers
Water in your hands
Salvation
I seek your coast
Your horizon...
Whispering fingertips
On dripping skin...
Sounds from my throat
The 3rd and the Mortal

I want to inhale you like fresh air
But slowly you spin a cocoon and disappear
Let me open your seals and enter your garden
Let me seek to find your well
Then I'll sit down by the source
And wait for the deep secrets to reveal
I change with you I extricate some threads
And make a place for you
Then I become you
And you become me...
I wait for your secrets to reveal
The 3rd and the Mortal

Friday, October 06, 2006

Wolves from the fog will join in a nocturnal operetta.
When the wind sounds bohemia and the trumpets loud bacanal.
Oh! Fausts and ninfs the joy of Nahima, Mistress of the Sab-bat.
Soon we'll be embraced by our father - the one with horns.
Satan is rejoicing in pleasure destroying the shapes of flesh.
... and once again from the fog, with horns on head came the
Wolf carrying in is shoulder the sacrifice, a beauty to this Walpurgis Eve.
As, to the somber image of our God, the Wolf with Horns I walk!
Fernando Ribeiro

A minha morte
escrita a poucas palavras:
vento
pedaço de pano
algodão
seringa
gotas no abismo
rasgar
silencio erudito
moscas
pregaminho com sangue
assinatura
lápide poética
sol do deserto
risco no chão
luz nos ossos
janelas do luar, no amanhecer
sons inquietos e um baque
rosto
gesto
maquilhagem
comprimidos
sopa geláda
um santo
farrapos de carne
bolos de abobora
silhuetas
ventriculo
rugas
dor
prazer
morrer
susurro sombrio
marmore
palidez
vinho tinto
veneno.

ABISMO.
CARNE; BOCA
O Sul, cheio de Fogo.
O Norte, cheio de Gelo.
A LUZ FUNDIDA.
A TRAÇA E A MÃO DECEPADA.
UMA ROLHA, EM TODAS AS ESPERANÇAS.
UM TRUNFO DE ESPADAS E UM CORAÇÃO NEGRO.
JAZER, ONDE MAIS NÃO.
FIM.

Thursday, October 05, 2006


"Existem algumas pseudo-tradições, embasadas em tolices como a estupida adoração a mestres ascencionados idiotas, todos eles aliás que jamais conseguiram ultrapaçar aquilo que os cabalistas chamam de Tiphareth, se é que algum dia praticaram. Pois como nos mostra a historia, por exemplo, o Conde de San German, que diziam ser um poderoso alquimista que pagava suas contas todas com ouro ou diamantes, na verdade conseguia seu ouro e pedras preciosas, atravez de sua esposa, que diziam ser muito bonita, a qual San German prostituia em troca das referidas pedras e de ouro."
OxI Ziredo

Wednesday, October 04, 2006

E tu, como é que passas, bela feiticeira, que um dia conseguiste as minhas noites?

Eu estou bem, sentei-me, a ouvir musica, e espero pelo próximo minuto em que não estás.

A minha cruzada? Está de pé. Sim. Ainda te enfiaria na ponta de uma espada por ela.

De resto, o que importa, se as estrelas foram feitas para arder os incensos do nosso amor? Se as arvores se baloiçam ao ritmo dos nossos perfumes arqueantes quando unimos as carnes e a respiração? Se os riachos correm na nossa ansia de nos tocarmos corpo e alma, de mergulharmos nos sonhos/ser que te assombram, que me assombram? E se o sorriso se estende pela aboboda, o sorriso de te avistar entre a multidão dos dias que passam?

Tudo isto pouco importa quando a fumaça do meu sangue deseja engolir até as estrelas, e por elas te troco, minhas amantes. E quando a mãe que engole todos os filhos (pelo ventre) se deixa dissolver na minha lança.

...IAO...IAO...IAO...IAO...


Vem, abraça-me então, percorramos as fantasias sem véu; vivamos a ilusão, aproveitemo-la como ninguém. Façamos verdade de tudo o que as nossas peles esquartejam quando camuflam a mesma alma.

Vem, sente o dominio que a nossa morte me trouxe. Eu reino sobre os abismos do antigo alvoroço de anjos ébrios a troçar do vinho que tomámos.

Percamo-nos na espiral que nos engoliu em primeiro lugar. Sorriso. Eu contemplarei a tua lápide no meu amor, e quantas luas mais para valsar? O sono avança sobre tudo, tu sabes que ele se esquece, esse dragão, que no ventre transporta a solidão inatingivel, rompida na membrana pela luz do transcendente.


...AhA...AhA...AhA...AhA...IAO...IAO...IAO...IAO....

Tuesday, October 03, 2006

44
e estamos na hora de fénix
11

A arvore, murcha,
alimenta a morte caseira.
O leão que cospe enxofre
encimado por uma nuvem
de vampirica insolencia.

Os ossos que sobram do fogo,
e o gato que trapasseou a noite
em silencio,
só para encontrar um abismo
e se ver ao espelho.

O galo que canta a este
e o grito da mulher que se extingue
na lança do prazer, situada a oeste.

O computador branco
vazio... as letras que desenho
morrendo num pavio.

Hoje a minha morte faz sentido,
porque amanhã renascerei
no ventre de mais um sem abrigo
a polinizarei a cidade
do meu vazio por ela.

As cidades, essas,
que se retraram
apenas pelos seus vagabundos,
ostentores dos sulcos
da velhice das suas dores
reflectidas no comércio fernético
no circulo decadente
do abuso.

Calei-me e contemplei
as hordas daqueles que me mostravam
as suas espinhas.

Roe-los... saborear o negrume
que se solta dos seus poros
enlameados pelo esforço
da maldição primeira.

Ninguem conhece a palavra.

Eu estou aqui de novo
por todos os que perdi
eu sou a solidão que acompanha
a mão da sereia que
à lua epopeia,
deixa cair as suas escamas
só para renascer
em mil mais tramas.

E neste jogo a empurrões
desenho a borrões
a lembrança distante
da nostalgia utópica
a que, como crianças,
chamamos vida.

Lilith pede-nos as linguas
para suga-las bem
logra-las depois
sempre que nos encontramos mudos
mudos de morte.

Tu que esperas por mim amanhã
és a condenação de te perder
sempre, sempre que renascer.

A ti que seguro contra o peito
deixo só um corte
e a cavidade aberta
é a porta da nossa lugebre
descoberta.

Não penses que existo
eu apenas me alimento
da morte que sustento.

Se me esqueceres convenientemente
um dia seremos iguais,
e conversaremos de tempos...
dos tempos do jamais.

Lúgebre, lúgebre abandono
solidão do meu perpétuo retorno...
Santo, santo o meu adorno
de osso e fornalha
de cinza e mortalha,
da paz do chacinio
de morte e dominio.

Monday, October 02, 2006

Ali onde ele gritava de medo, de furia.
Ali onde o solo eram espinhos.
Ali onde as gotas do seu sangue faminto
criavam um caminho para o desespero.
Ali onde os pantanos se mancharam de nada
de um nada com uma historia de pavor
de um esquecimento doloroso e precoce
de toda a dor demasiada.

Ali onde a serpente nojenta
se enrosca para ouvir o coração bater
o coração desolado
ferido por mil mascaras, cansado da vida
descarnado, à procura de carne e de sangue
à procura de calor para gelar,
porque os seus caminhos foram revertidos
e todos os seus rebentos suicidios.

Cala-te monstro.
Não resistas mais.
A morte é um fado.
A canção é o sepulcro
das nossas vivências
sempre cinzentas,
no fim, sempre cinzentas.

O desespero do morto,
é o morto, porque não o pode ferir
não o pode ferir para viver.
Veste-se de pele de dragão
e sopra as carnes secas
o seu trono constitui-se de corações molhados
de lágrimas.

O seu reino putrido
habita todos os palhaços do escarnio
que se reunem para latir com os cães
à volta da minha carcaça.

O sol põe-se...
o sangue escorre...
e ninguém olha.

O sorriso parte-se
os dentes salientam a fome
a pele as feridas palpitantes
a noite o soluço gritante
a alma o vomito do terror
os dissabores reunem-se no caldeirão
para criar a outra boca do inferno.

Esqueçam-me, filhos da puta,
pois teria sido uma mais valia
jamais viver entre escravos.

Ergam-se baleias negras da morte
empurradas pelo tridente de Leviatã
soprada em vapor pela manhã
entre ciprestes e olhares agrestes
de viuvas por dentro dos caixões do momento.
Oh ergue-te demoniaco sopro da agonia
nos chifres do prazer mente-te a ti mesmo,
no tempo do lazer finge que não é nada
a tua doença visceral.
Diz trai-te. Ó tu que não vales nada
senão a fuga da promessa.

Mas se eu me condenei para todos saberem o que é a morte,
e ali a tranquei num cofre;
tu deverás recebe-la de braços abertos,
para que assim flua, qual consorte.

2= morte.


Então o escorpião correu os meus braços em toques de luz feita a cetim.
Senti-me culpado por me juntar à legião, que do seu cadaver se saciava. E voltei a ser moribundo.
Porque os seus gritos jamais se calarão, os seus gritos demasiado horrorizados para serem humanos.

Sunday, October 01, 2006



































VER DEBAIXO PARA CIMA
e todas as crianças beberam lagrimas
dos seios da mãe;
e todas as crianças beberam prazer
dos chifres do pai.