Wednesday, October 04, 2006

E tu, como é que passas, bela feiticeira, que um dia conseguiste as minhas noites?

Eu estou bem, sentei-me, a ouvir musica, e espero pelo próximo minuto em que não estás.

A minha cruzada? Está de pé. Sim. Ainda te enfiaria na ponta de uma espada por ela.

De resto, o que importa, se as estrelas foram feitas para arder os incensos do nosso amor? Se as arvores se baloiçam ao ritmo dos nossos perfumes arqueantes quando unimos as carnes e a respiração? Se os riachos correm na nossa ansia de nos tocarmos corpo e alma, de mergulharmos nos sonhos/ser que te assombram, que me assombram? E se o sorriso se estende pela aboboda, o sorriso de te avistar entre a multidão dos dias que passam?

Tudo isto pouco importa quando a fumaça do meu sangue deseja engolir até as estrelas, e por elas te troco, minhas amantes. E quando a mãe que engole todos os filhos (pelo ventre) se deixa dissolver na minha lança.

...IAO...IAO...IAO...IAO...


Vem, abraça-me então, percorramos as fantasias sem véu; vivamos a ilusão, aproveitemo-la como ninguém. Façamos verdade de tudo o que as nossas peles esquartejam quando camuflam a mesma alma.

Vem, sente o dominio que a nossa morte me trouxe. Eu reino sobre os abismos do antigo alvoroço de anjos ébrios a troçar do vinho que tomámos.

Percamo-nos na espiral que nos engoliu em primeiro lugar. Sorriso. Eu contemplarei a tua lápide no meu amor, e quantas luas mais para valsar? O sono avança sobre tudo, tu sabes que ele se esquece, esse dragão, que no ventre transporta a solidão inatingivel, rompida na membrana pela luz do transcendente.


...AhA...AhA...AhA...AhA...IAO...IAO...IAO...IAO....

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