Thursday, November 30, 2006

see the earth
high
climbing over
kiss the air
gliding
follow me
no sound
our curious ways
lay beside us
through an age
I am
summerland
taken from god
in to the dark to play
lead them
away
getting old
to breathe myself
stay
high
forever
no today
lead me





Adaptado dos Fields of the Nephilim

Sunday, November 26, 2006

“Hoje, delícias do abandono!
Vivo na Paz, vivo no limbo:
Os meus amigos são o Outono,
O Mar e tu, ó meu Cachimbo!”

António Nobre

Só! – Não o é quem na dor, quem nos cansaços,

Tem um laço que o prende a este fadário,

Uma crença, um desejo… e inda um cuidado…

Mas cruzar, com desdém, inertes braços,

Mas passar, entre turbas, solitário,

Isto é ser só, é ser abandonado.

Como despreza o público suficientemente para o não temer já, para não condescender com suas vulgares exigências, por isso entra com passo seguro por caminhos novos e, fora já de sendas trilhadas, (o poeta) penetra na floresta rumorosa das ideias livres, dos livres sentimentos, vai e vem, senhor das extensões que descobriu e de que é rei, rei desses grandes “desertos” cheios de vida, como nunca entre os muros dos “povoados” aonde a morte moral estende o silêncio terrível das almas e das fantasias.

A política nunca foi muito para poetas, hoje e entre nós menos do que nunca. Creio que fez muito bem em abandonar esse campo lamacento (…). Portugal é um país eunuco, que só vive duma vida inferior, para a vileza dos interesses materiais e para a intriga cobarde (…). Deixemos pois passar a onda providencial e tratemos simplesmente, como indivíduos, de conservar cada um em si um foco tão intenso quanto possível de força moral, de inteligência calma e sofredora caridade, pois, no naufrágio desta sociedade, na perversão do espírito público, toda a esperança de regeneração está posta nas virtudes individuais. Se, no meio do geral envilecimento, a natureza humana se manifestar grande e amável em alguns poucos indivíduos excepcionais, ao mesmo tempo como protesto e como exemplo, não se poderá então dizer que está tudo perdido.

Sim, monge!, triste e só – porque o devora

A vaga nostalgia do deserto;

E vela a noite, e vai sempre desperto

A olhar de que banda venha a aurora.

Por céu, por mar e terra procuramos

O Espírito que enche a solidão

E só a própria voz na imensidão

Fatigada nos volve…

Mas num deserto só, árido e fundo

Ecoam nossas vozes, que o Destino

Paira mudo e impassível sobre o mundo.

Porque morreu sem eco o eco de teus passos

E de tua palavra (ó Verbo) o som fremente?

(…)

Agora, como então, na mesma terra erma,

A mesma humanidade, é sempre a mesma enferma,

Sob o mesmo ermo céu…

(…) quando apagas

Teu facho, ó sol… ficamos todos sós…

É nesta solidão que me consumo.

Antero de Quental

ALI, onde o mar quebra, n’um cachão

Rugidor e monótono, e os ventos

Erguem pelo areal os seus lamentos,

Ali se há-de enterrar meu coração.

Queimem-mo os sóis da adusta solidão

Na fornalha do estio, em dias lentos;

Depois, no inverno, os sopros violentos

Lhe revolvam em torno o árido chão...

Até que se desfaça e, já tornado

Em impalpável pó, seja levado

Nos turbilhões que o vento levantar...

Com suas lutas, seu cansado anseio,

Seu louco amor, dissolva-se no seio

D’esse infecundo, d’esse amargo mar!

Antero de Quental

Monday, November 13, 2006

I must not fear.
Fear is the mind-killer.
Fear is the little-death that brings total obliteration.
I will face my fear.
I will permit it to pass over me and through me.
And when it has gone past I will turn the inner eye to see its path.
Where the fear has gone there will be nothing.
Only I will remain.

Bene Gesserit

Friday, November 10, 2006

Cria um lusco-fusco, este ondular na costa, esta planta que cresce sozinha numa praia, repousada na nudez de uma pedra; e reflecte a sensação de profundidade, e dá a sentir a profundidade de uma solidão que se transcende e ilumina todo este deserto de um céu cinza tropical e de uma areia neutra e vazia de pegadas.

Assim é a minha alma, escapulindo-se entre os padrões da sombra e da luz, mãe da dor, pai do prazer, vida pura só perceptida pelo pranto em que me encontro, porque a beleza não cabe nos homens; e as tuas criações, enquanto as experimentava como me faltava... e hoje que sou tu, que vejo por ti, pelos teus sentidos, o teu olhar, oh como as vivi, como as vivi...

O pranto passa com a poesia de um momento fora do tempo, condenado à sorte do esquecimento.

Pouso o dedo cristalino e aquoso, como uma lagrima que caiu, sem se saber porque, do céu; e toco a melodia do pensamento uma vez mais.

Quem foste tu?.. ó minha irmã... quem foste tu que vivias comigo e caminhavas onde eu me fazia sentir?... Quem foste tu, de olhos nos meus?.. Quem foste tu quando encaixavamos os corpos e nos uniamos, e sabiamos quem eramos?... Quem foste tu, que me fazes falta?... Quem foste tu? Que eu nunca te conheci... Quem és tu, que eras o mundo?.. Quem, que me tapa a luz?.. Se já nunca te conheci, deixa-me repousar, uma ultima vez, na memória de ti.

Thursday, November 09, 2006

"Those who have crossed
With direct eyes, to death's other Kingdom
Remember us - if at all - not as lost,
Violent souls, but only
As the hollow men
The stuffed men."

T. S. Elliot

Rua de São Bento, nº68
1200-819 Lisboa
PORTUGAL

Junto ao cruzamento da Rua de São Bento com a Calçada da Estrela, onde as linhas
do Eléctrico 28 se separam, devido aos sentidos das ruas. A melhor forma de chegar
à loja de transportes é apanhar o 28 e sair na paragem antes ou depois da Assembleia
da República, para quem vem da Calçada do Combro ou quem desce a Calçada da Estrela,
respectivamente. Há também vários autocarros que passam nas principais ruas da zona.
De Metro, há o Cais do Sodré, Baixa/Chiado e Rato, tendo-se que andar um bocado a pé.

Inês

Ocupação: Criadora de monstros
e artefactos bizarros!

Perita em: Destruir coisas fofas e decompô-las
em artefactos nefastos.

Acessórios: Tintas, pinceis, patines e...
ácido sulfúrico.

Outros projectos: Bazaar Bizarre “Freakish Deviations on Fluffy Conceptions”
– Empresa de decoração alternativa e outros.

Site oficial: www.bazaar-bizarre.net

E-mail: bazaar@bazaar-bizarre.net

http://www.theshoppebizarre.pt.vu/

Ocupação: Vocalista e baixista de Theriomorphic; designer gráfico.

Perito em: Grunhir, tocar baixo, assustar velhotas e criancinhas.

Acessórios: Baixo, voz, barbas e cabelo, ferramentas de design e... Sagres.

Outros projectos: Under E'Ventos – excursões e outros eventos; Metalhead - merchandise; Deathstar - edições; Loom Design.

Site oficial: www.theriomorphic.org

E-mail: thebeastlike@yahoo.co.uk


http://www.theshoppebizarre.pt.vu/

Sunday, November 05, 2006

Eu, que sempre te brindei de amor, e só amor, e nada mais que amor; Tu, que sempre me deste amor, e amor só, nada mais, só amor, como é que te tornas, em momentos, puro pesadelo?Existe deus algum que faça justiça a esta questão? Ter-te nos pormenores, respirar parado, sangrenta paixão. Contemplar-te nos prédios que nunca acabaram de se construir (quando antes campos alvos), que encerram, nas portadas abertas e de escuridão celadas, os urros de mil bestas desesperadas, o badalar repetitivo na demência dos relógios de parede da ausência, quartos abandonados, desolados, em que te encontro já desfigurada pelas ocasiões imperfeitas que passaram por nós e nos comeram os corpos (antes completos), e ser o liquido negro espesso que escorre o teu corpo de amor e horror, o pranto que brotou em golpes estranhos e insaraveis de caricias que foram doces.
Só, talvez, um deus da perdição. O sacerdote do nosso matrimónio. Do nosso lugebre perpetuamento.

Thursday, November 02, 2006

One dark afternoon like a shadow I flew
Through the rain that fell sick with lament
To this house of incest for when we undressed
Blasphemies against Venus were rent
Though her sister removed, her wet body approved
The parade of my heavenly quests
Yet all tongues are not true, some are forked or askew
Like an uncivil serpent's at best
For ousted from Eden I fausted all reason
Hook in mouth like saint Peter Pan
To haunt faery groves and hot virgin coves
Wherein the promiscuous swam
I elected lovers and rejected others
Mephistresses that don't give a damn...

Dany Filth

Wednesday, November 01, 2006

Antes houvesse forma de descrever
o quanto amo o meu lugar
perto das arvores, no calor matinal;
e como observo a dança espiral
dos insectos a arrumar a minha casa
que fica aqui, onde o Éden pagão
tem ainda os seus dias.
E, aliás, me corrijo,
pois prefiro correr o risco
de passar por louco,
e jamais descrever conseguir
este lugar que, por partir,
me sabe sempre a pouco.
Não posso deixar de pensar
que quando, à primeira vez,
o avistei, eras comigo
num Beltane que tanto amei.
Hoje correm os fogos opostos
e a lembrança, ensolarada pela manhã
recorda-me que a morte é reservada aos vivos
e nunca aqueles que se arrastam
esquecidos, por completo,
deste Éden, luxurioso, maravilhoso.