Wednesday, November 01, 2006

Antes houvesse forma de descrever
o quanto amo o meu lugar
perto das arvores, no calor matinal;
e como observo a dança espiral
dos insectos a arrumar a minha casa
que fica aqui, onde o Éden pagão
tem ainda os seus dias.
E, aliás, me corrijo,
pois prefiro correr o risco
de passar por louco,
e jamais descrever conseguir
este lugar que, por partir,
me sabe sempre a pouco.
Não posso deixar de pensar
que quando, à primeira vez,
o avistei, eras comigo
num Beltane que tanto amei.
Hoje correm os fogos opostos
e a lembrança, ensolarada pela manhã
recorda-me que a morte é reservada aos vivos
e nunca aqueles que se arrastam
esquecidos, por completo,
deste Éden, luxurioso, maravilhoso.

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