Friday, September 08, 2006



CAP I

Liberdade

4 - Morte

"Adiante, ó Senhor dos Sete frutos negros. Adiante"

Empurrou-me para a cova. E colocou-se sobre mim. "Malvada da mulher que se coloque acima do homem", e riu-se, languidamente. Os seus olhos soltavam chispas de uma luz que parecia vir directamente de coisa nenhuma. Quando ela, a Morte, sorria, recordava-me de um ancião, o mesmo ancião que já presenciara na forma do Diabo. "Tu ainda não entendeste o sentido completo da morte. Não nos caminhos da carne." Rasgou o seu manto negro, com o qual atou as nossas cinturas, causando-me, eroticamente, nauseas. "Sopra para os cantos mais escuros da terra, e talvez despertes uma luz..." Então eu entendi a origem da morte, da vida, e da imortalidade. Dois igual a um, que é nenhum, nenhum é o ventre e um o phalo. Que o Universo, 0, é a copulação de todas as coisas. E que a chave da Divindade: Não temer; só o homem com a mulher podem criar. A nossa orgia durou para sempre, e o meu cerebro tornou-se num enorme fogo de luz e trevas; no relampago da queda de Lucifer.

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