Wednesday, August 30, 2006

Eis as palavras do PAPA no seu discurso:


Hey porcos do caralho. Precisam de algo novo? Os porcos precisam sempre de algo novo, então os desejos corrompem-se, os designios torcem-se, as peles pucham-se, a carne viva torce-se de prazer, ah que bem estar.

Eu conheço o vosso bem estar. Quando voces assim ficam depois de comer os nossos sonhos que derramamos pelas veias do trabalho arduo para o chão, e depois ressonam com tanto ruido que ninguém mais dorme. Então no fundo da confusão nós apercebemo-nos, que não ha coisa melhor, que agora sim está tudo bem.

Os porcos do caralho são as bestas mais sinceras, aceitam o parasita que são, fodem só porque sim e tal, e bebem e até cagam e passam o tempo uns com os outros porque sim. Também os porcos já foram mais que gente, e que nojo tenho eu de gente. Também os porcos já sentiram profundamente. Mas no fim a natureza ganha sempre. Porcos são porcos. Orgulhosamente porcos.

Por exemplo, entre os porcos, aquilo que de mim ainda é puro, é uma abominação para o mundo. Essas pequenas emanações de uma essência que não é nossa mas que se liga de alguma forma a uma utopia constituida de divindade, são pequenos abortos momentaneos enquanto se formam os porcos na fabrica.

A minha profissão papal é construir porcos nesta fabrica, amando-os, sacrificando-me, e sendo uma besta obcessiva e doentia por uma causa sem salvação. Como o outro gajo que morria pelos pecados. A melhor forma de levar alguém à perdição é estar lá para ele. Isso tira-lhe a teimosia da revolta presente na solidão e fa-lo sentir-se sem mais desculpas para continuar a ser mais que gente.

Os meus ministros tentam parar isto e isto vem e a marcha suina passa-lhes por cima enquanto eles rezam doentiamente. Nós temos de ser febris, porque ainda acreditamos na humanidade, porque ainda fingimos, porque ainda tememos os porcos de merda que somos.

Todos os porcos precisam de perolas para serem porcos. Todos os outros precisam de se discutir a si mesmos nos porcos, de se odiarem, de se aperceberem, de no fim acordarem a conspurcar em perolas. E que mais ha para fazer neste pedaço de relações sociais? Julgar que se tenta e desistir e conseguir para desistir. Blablabla. Os porcos fazem por fazer. Deitar fora a perola e ficar com a lama é o mais nobre que um suino pode fazer.

No outro dia parei, junto a um rio, muito limpido. E lavei-me. E esperei mais uma vez por aquele rio emocional da minha mulher escarlate, gosto de pensar que me torno porco só por ela e que só ela me pode fazer esquecer que sou porco. E que o mundo inteiro fechou os olhos da amada, deixando sonhos de tudo o que poderia ter sido o nosso mundo, então dissolvi-me no mar e consegui desaparecer, como quando os porcos rasgam a pele, e fui desembocar em lama, sempre em lama. Uma lama de mentiras. Uma lama da merda mais imunda. E consegui ainda senti-la ali. É aqui encontro o Senhor das Mentiras, do qual exerço sacerdocio.

Deixa-me foder tudo o que tu fazes, estou faminto, fussar em todas as tuas coisas, depois deixa-nos ser algo real e verdadeiro não é? Rouba-me a alma que eu não tenho. E quando me usares lembra-te que o ultimo a ódiar é sempre aquele que ódeia melhor. Eu venho com uma mensagem de amor! Sim pois no fim não sois vós, amada humanidade, a minha mulher escarlate? Eu mostro-vos a luz que cega, eu sou o pastor de cegos, eu sou cego, eu sou verdadeiro! Então todos os porcos se precepitaram para o precepicio. E o mundo o mundo ó amada vindo directamente de ti, feito directamente para ti, não nos cansamos de nos matar.

E lá no céu não ha um Deus, digo-vos eu pela minha autoridade papal, digo-vos que todos os sinais vos farão estar perdidos na mesma, o burro que segue a cenoura não deixa de ser ainda mais burro. Mas tu és mais doce que o Sol, e quando me venho em ti não deixo de querer mais. Não ha deus no céu mas existes tu na terra. Então eu disfarço todas as tuas feridas para depois observar o teu olhar horrorizado, pela minha sujidade interior na tua, pelas novas fendas que não percebeste. Pelas novas fendas que não percebi. Pela sujidade que não quis ver em ti. Então pudemos sugar-nos um ao outro, a pus, o sangue, tudo isso, e ai saberemos que nos amamos. Doença... E quando dizes que fazemos amor estas a violar-me por me fazeres violar-te, e a complicar-me por me fazeres complicar-te, e a querer procurar e iventar uma puta de alma só para fugir de mim e de te foder simplesmente como animais. E de me possuires simplesmente como um animal possui a presa. Isto é a aproximação de Deus, estar isolado e odiado a odiar, a procurar ajuda, a projectar e perder a razão, a cheirar o sexo alheio e sofrer, então somos perfeitos e procuramos escolher outro alguem. No fim é tudo igual não é? Quando sentimos o interior dos outros na penetração, são as nossas proprias entranhas que se derramam em amor, e depois as estrelas todas e Deus na sua eterna misericordia.

Raios, acordem. Querem algo novo? Sempre algo novo que é sempre a mesma velhice porque sois velhos, porque não passais de deuses eternamente moribundos. E quando acordardes descobrireis o verdadeiro sono, ou as garras do suicidio.

As vossas cabeças serão como buracos, possivelmente preenchidas de dinheiro também, e vós ajoelhados a todas as futilidades sereis impelidos pelas leis da vida. E prometerão sempre que vão mudar um dia, viver o sonho, porque faz parte da doença, porque até a ideia de cura é o virus. E o que é que vocês merecem? Façam uma longa e funda introespecção, porque o que vocês merecem será sempre o vosso destino.

Então na voz de Deus e na voz da amada tudo era decadência que se preserva, e muitas caras plásticas e almas de cinzento. Não ha mais dor, esquecemos o medo, fussamos alegremente. Os procos vencem, e de novo está tudo bem. Adormecemos. Esquecemos. Encontramos o nosso destino. A carne para a carne.

Então eu sofri, e soube que tu eras uma traição, uma facada nas costas, e que sempre o foste. Tal como eu, especialmente para mim mesmo, e que tu eras a faca que eu segurava.

Naquele dia, depois de reflectir um pouco, ó meu povo de merdas sem futuro, entrei na minha lumusine e soube que era Deus. Eles dizem que todos os homens são uma estrela. Mas eu sei que apaguei cada uma delas para fornicar os seus corpos decrepitos e decaidos. Passei a procurar as pessoas pelo cu, como vi que assim me procuravam, para cheirar e beijar. Tudo se resume ao cu, e ao nariz, e às posições. Eu voltei-me para mim mesmo e disse no mundo: como raio é que me safei sem ser absolutamente vão? Como é que, anteriormente, me poderia deixar levar por sentimentos e profundidades, isso não é viver, é sobreviver e sofrer. Mas agora eu sou belo e escolhido como o resto da gente.

Mas ha ainda determinadas praticas religiosas que devem ser tomadas em consideração:

1 uma injecção ocasionalmente de loucura, seja por bebida, por drogas, ou por oversode de vazio

2 um corte feito diariamente na carne, para reproduzir a lembrança da dor e do sentimento, de forma a enganar a própria morte para o resto do dia

E o papa encerrou o seu discurso, no seu trono de mentiras e merda, na sua coroa de mente quebrada, na sua noção de tempo de que, como individuo, continua sempre em si mesmo e todos aqueles a que se dedica se transformam. Então a lama transformou-se em pó.

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