Saturday, August 26, 2006

A MORTE DOS CABRÕES


I


Não existe vazio ou repetição, dissera a Voz. Não existe luz ou escuridão, repetiu o Sol. Não existe referência, ó amado: o ruído da voz do núbio. O Silencio enchia a casa. Existe uma fita que passa despercebida, por detrás de toda a vida; existe o filme desprovido de espectador e o espectador desprovido de filme. Existe o olho preso ao filme, e o filme conformado ao olho. Nada me interessa. Nada me interessa. Desmascarei os rostos patéticos que se escondiam por detrás da luz. Descobri a luz patética que se escondia por detrás dos rostos cicatrizados. A cicatriz traz o traço, o destino, o aborrecimento, o cansaço, entediamento. E um leão gosta de lambê-la, ó núbia, durante os períodos de lua forte. E ele gosta de ardê-la, e dependurar a escrava. E de tudo isto o que livra? Nada! Nada é a Palavra! Mas estás a sonhar um sonho repetido. Não há fonte de velhice como as rugas que surgem com o bebé, nem fonte de juventude como a criança que renasce no ancião. Na hora da sua morte não há razão, nem emoção, mas pura imensidão… LASHTAL FIAOF
LASHTAL FIAOF
LASHTAL FIAOF
LASHTAL FIAOF
LASHTAL FIAOF
LASHTAL FIAOF LASHTAL FIAOF
LASHTAL FIAOF LASHTAL FIAOF LASHTAL FIAOF
LASHTAL FIAOF
II
sometimes i wish upon a star and see how dead you are.
sometimes i wish upon a scar and see how far you are-
às vezes dou por mim no fim de uma rua, sonolenta, sonolenta como os dias amarelo-acinzentados em que esperava à porta da tua casa um sol maior talvez e uma erva mais verde celeste. talvez eu esperasse a tua flama importante, que ela me lambesse para eu te puder levar comigo para esse feixe de luz violeta e aquecer-te ali. Dizer-te ao ouvido: "os anjos existem". Atinges-me, vermelho a cor do sangue, e cair num bramido. "os anjos existem..." depois os trovões são mais calmos, são como o rimbombar da eternidade. encontro-te parada numa estrada vazia de som e luz, onde carros de cavalos passam por ti sem te ver, sem saber que és tu o farol dos seus olhos magnetizados, hipnotisados. São sempre como um circular lunar que se abate em feiches estelares. São os dragões a que tu apelas com os poros e as aves de fogo que se pavoneiam em teu redor. É o pica que te deixou passar quando perdeste a carteira. É a noite (madrugada) que cai, depois de uma valente bebedeira, e os druidas a interpertarem os céus alados como se fossem desenhos de um dedo numa superficie aquosa. E dizem, a tua sorte não vai mudar: o teu tumulo esta nas estrelas e o teu coração deitado ao profundo mar. Existem sereias à volta do meu coração, harpas e corais, e tu não és nenhuma delas porque te desfizeste num pó de areia, qualquer coisa a proposito de um deserto que vive depois da aboboda. Qualquer coisa sobre uma deusa languida que atira vertigem extasiante em punhados de branco vivo. Quase me esqueci de ti quando as naves plasma nos restabeleceram com bebidas translucidas e viagens de mil aspirantes, aspirantes ao de mais inomeavel. São três horas da manha, e eu pergunto, outra vez? O olho é agora alado. os lobisomens caminham com a agua que corre para os canos e que é escoada. não magoam a carne fragil. todos os animais tem agora o seu lugar na dança selvagem, Cerunnos coroou o monte e o céu desceu alegremente para banhar este povo que se afastou dos anjos e que, até, os esqueceu. No dia em que o homem se lembrar ele morrerá, e um povo de profetas será lançado no espaço de encontro a uma fraternidade de serpentes que vive no subconsciente do macaco espacial. Um Sol vermelho, que vive no negro escondido escaravelho. Um punhado de colunas douradas e azuis de encontro directamente ao céu. O firmamento repleto de nuvens rasteiras e finas, de fumos negros, fadas, lamparinas; duendes, monges, serpentinas. homens selectos de oculos e tectos e vagabundos de livro na mão. os cegos com a mão no peito e os visionários escondidos que espreitam sem verem a perigos. Acabou-se humanidade imortal, acabou-se, és um perpétuo mal. E, singular na constelação polar, um urso indomado, que jamais foi para domar.
Luz, LuZ, LUX
Luz, LuZ, LUX
Luz, LuZ, LUX
LVX
LVX
LVX
III
Dragons of lust fly into dust
Arrows of trust fall into dusk
Lilies so bright they leave nothing in sight
The skies will rain and this flowers drain
The mystic stain of heavens domain
Thus, also trees will grow amidst hot snow
And nest the light-night mythic crow
Daggers, daggers, smash the thieves,
Now in the dust Our Lady recieves:
The Mage is nothing, lest he decieves,
And lit heaven sought his own true hate,
Let naught, let naught be at his gate.
I snatch the serpent, soup, red wine;
And sap at the harlot hot grim grin.
I say, I say, dissolution divine,
Naught, naught at his crime.
Drink, drink, blood red wine,
Exhalt, exhalt, sin is fine.
Let thy sin be the one of death
And your death his own true breath;
Sink, sink, sink inside my breast;
Drink not overmuch, but dine with chance.
Dance, dance, dance, again in trance,
Thou art no one, but one perchance.
And give your body to the beasts
That you might let thy spirit eat them
In three feasts.
Let thy body to the serpents,
Let the serpents to the floor,
Let the floor into eternity
Let there light (,) then be no more
And all this lies should make a truth?
As a cloud all passeth by.
IV
Uma bola roda na cauda do olho de um felino, um observar nocturno fita-a de encontro ao movimento ritmico que trapasseia o seu amor pulsante, e, rodando, hipnotisante, parece encontrar um eixo intitulado de casa. Nós dizemos então: feliz é a nossa hipnotizada nobre raça.
No interior de um circulo circular que circula, bolas de fogo, lagos de secura, nós escondemos os restos mortais do hoje como amanhã e amanhã como ontem, adiante adiante, vamos lá que amanhã é outro dia igual ao mesmo dia igual ao que passou ao que vai ser. circulos em circulos, bailarinas em ciclos no nariz de um pinoquio qualquer cujo pecado é o futuro, obscuro: entitulemo-lo obscuro. Esperamos, quedamo-nos e caimos nas falésias do silencio de encontro a um mar rimbombante com a melodia laboriosa dos dias que se passam já no firmamento crepuscular: uma gata que não cessa de miar e, o gato para a apanhar; o sapo que chilreaia empoleirado e a ave que coacha nos nenufares; as estrelas como pontas de si mesmas, portais de fogo para fogo para fogo para fogo. Tudo é a luz mais bela.
Então era aquela coisa amorfa suspensa, de nome tu: amor grotesco! nem hoje nem amanha nem coisa alguma, um relimpse vislumbrado numa altura indiferenciada em que te via e depois já não te via; em que tu estavas e depois ondas de ti, a progagarem-se, e tu já não estavas, mas estavas. Inseriu-se uma variante no ponto universal: falha. eu falhei porque pedi e não recebi, eu falhei porque pedi e já nao me lembro do quê. Então eu esqueci-me que falhei e por isso deixei de falhar. Debaixo de um céu azul foi onde se fez conhecido um determinado olhar, aquele em que nos demos a conhecer, e o céu é a nossa mortalha em que nos enrolamos como merda e como luz cristalina de sois embrulhados em distantes rebuçados de licor. Uma variante de perda em que o perdão seria a balança da equação, as luzes morrem e tu? Os Mestres perdoaram, nesta ocasião, Satanás, por usarem as suas vestes.
Tempo? Tempo? De que forma? É o passaro de cores fugidias que trespassou a janela e os rios de uma chuva miudinha numa janela transparente, molhada com agua transparente, transparente. Não. Só uma vez a lágrima saiu da jugular e era negra, de seguida, varios relogios que se tinham preparado quando o mundo era parado, estalaram sem parar. A distância deixou a distancia e aproximou-se, distantes, porque os cabelos são frios e brancos; o sorriso calculista e os musculos a opressivos solavancos. O que é facto é que cedo chegou, por mais valia, o messias, e colou tudo num sol de mel bem quente, não sei praquê. Por causa da fabrica de sangue!
O sangue, terceira variante: o sangue em grandes quantidades provoca uma quantia de vitalidade produtiva equiparada ao uso antes inutilizado das espadas de fogo que os deuses já haviam construido e depositado nos abismos da terra.
Surguram então os grandes monarcas, para marcar uma época e uma época e época uma, por exemplo: a rainha morre, o rei morre, de seguida morre a rainha ou o rei a rainha ou o rei e o sangue é sempre uma linhagem que escorre. Nesse caso eu fechei os olhos e disse "não compreendi" antes de falecer. e o som de algo pastoso que se mastiga e o som de pó cosmico explicou-se a si mesmo na madeira húmida das arvores, depois das vozes caladas dos homens e dos ventos, das ruas e das estatuas e dos céus cinzentos, não percebi porque trabalhei, nem jamais o que ganhei; só no silêncio da morte da morte da morte a compreensão é consorte.
O clima fez-se acompanhar dos restantes companheiros, assim, por exemplo, o choroso salgueiro roubou os nutrientes aos seus vizinhos, com défice, os seus vizinhos não cresceram, o salgueiro ergueu-se muito acima dos mesmos e, os elementais do vento deliciaram-se com o seu tronco curvando-o com a força do Inverno de encontro ao solo. O salgueiro, procurando conforto e salvação, providenciou que as árvores vizinhas recebessem mais condições e crescecem em muro. Estas, empurrando as suas raízes para fora da terra, aniquilaram-na e observaram com regozijo quando tombou surdamente no solo durante a noite tempestiva.
Foi aqui que os anjos decidiram o mundo, eles desceram com robes de agua a serem oferecidos aos humanos e os humanos, dislumbrados, brincavam com os espelhos do tempo e da visão e do som elaborado das águas vestiveis, engolindo sempre tragos de luz própria, isto é, dos anjos, porque os homens são os anjos e os robes são a carne. Eles circundam-se de rosas aquosas e vislumbram o ondular circular até tudo parecer acabar, depois, oferecem-se sem forma ou movimento e sonham, percorrendo a vida nesta doçura estranha do jardium luxuriante de homens pálidos, invertidos, e de dentes brancos e agudos. Poderia o Homem esconder-se de si mesmo? E o seu olho é um fogo que destrói.
E esqueçamos não a lei do amor reprodutivo, dos mares verde apelativo do orgasmo, dos céus azuis avermelhados extasiados e zangados, dos bosques púrpura do sopro conjunto, dos astros translúcidos de um único mundo, das máscaras que já se põem em eclipses no baile do desejo pintado a fervor a fervor a fervor.
Depois do orgasmo, contra vontade, instalou-se um sono prolífero que a abalou, Á Mãe dos ossos e dos homens mortos e das gargulas que visitam sobre os relógios do tempo parado e circular; e, sonhando como o homem, sonhando entre sonho e sonho, imaginava-se morta e renascida e renascida morta e viva renascida e o filho governava a vida e a vida enquanto ela dormia. Do espírito santo de ambos a ave branca entre os mundos da ilha do não-adeus-ainda-nunca amor-eterno-eterno-existe-existe. Ilhas púrpura, escarlate púrpura, êxtase maternal de tudo o que é primordial! Ah, mas tu fixaste-me-amaste-me-antes-de-tudo-estou-no-firmamento-reflexo-reflexo-do-nosso-continuo-momento-amo-te-amo-te-tormento-fermento-ovos-superfluos.
Eu segurei o silencio na esperança de que este amor mantivesse os campos, as miragens campestres mas as arvores voltando-se contra a própria raça por motivos de luz e trevas, sol e agua, tombavam e tombavam enquanto eu mantinha o escarlate violeta do nosso amor protegido, ele avermelhou-se e destruiu o gato, o gato abriu-se e rasgou-se num som perfideo soltando um sangue de pérolas e acalentando várias moscas telepatas. Eu queria então dizer palavras, a risco de tudo. A risco de tudo… Mas não há nada aqui… agora o amor torna-se negro negro negro dourado de uma respiração divina e ele diz: de novo!
Rasgou-se me tudo de facto, eu era o gato e o ente hipnotisado e era a voz divina e amanhecer dourado. Rasgou-se-me tudo e eu ouvi de relance a voz do ódio do amigo e da dor do próximo, o amor dos amantes cristalizados de alegria e prazer, os grilos nos campos do lazer da quietude, as fabricas na lonjura, o silencio em amplitude, Kephri a empurrar o sol, a lua e o balançar do seu anzol, o ruido dos fogos infernais de uma cidade movimentada e, por fim, entre mundo e mundo e mundo e ruído de ruído e som e melodia, amor expansivo e entropia, a ilha a ilha a ilha, outra vez! E eu disse, de que temes de cair, ó homem? Não tens por onde cair, o céu de belas estrelas o céu de belo entardecer verde-amarelado está à tua volta em todo o lado em todo o lado é o mar o mar o mar sagrado e o homem passou a nadar em vez de andar, a amar em vez de ansiar. SHhhhhhhhhhh! Idiota, silencio que eu mostro-te o portal de fogo para fogo para fogo das estrelas, onde os sonhos dos homens/deuses desembocam, a doca onde todos os destinos se focam. Shhhh….
V
Três horas da noite. O mundo passa despercebido lá fora e os olhos selvagens dos civilizados fitam as mesmas paredes nulas à procura de insignias muito especiais que lhes possam revelar um fogo de cinza. Aqui, despercebido da população desgarrada de vida, e amante dos animais que que se escondem nas fendas da terra escura, vejo crescer-me uma pele singela, dorida e sensivel, e as garras de quem mais ama, porque tem uma fome infinita e uma satisfação que não cessa de se deleitar. Três da manhã, uma hora reversa. Três da manhã e sinto-me como se o Sol houvesse coroado a noite, porque o Olho me habita a carne como luz que queima. Recolhido dentro do antro mais escuro de mim, experimento a metamorfose desassossegada do gume da espada de gelo e luz. Lá fora os que vivem descarnados de vida, cambaleiam um dia a dia nos seus olhos cerrados e nas profundezas do seu inconsciente, amanhã despertarão e trabalharão a terra ainda com sangue que não lhes pertence. Com sangue que pertence a Maat ou ao predador cujo sacrificio indomado e o ódio nos dentes se equipara a um amor solto por entre rasgos e suspiros. O homem segue em bando uma loucura mais solitária e demente do que a do louco solitário. De noite, bem fundo nas suas casas, todos os outros são eremitas e o Olho revela delirantes segredos de sombras e fogo. Quem ousa aventurar-se e escapar-se quando o Sol está a Norte bailará com os fantasmagóricos fogos-fatuos de homens brancos como o sol e gelados como o abismo, reunido num bar com a congegração parasita mais proxima, vendendo a alma e bebendo-a em cada copo verdejante. Este, viverá mais uma noite qualquer para depois despertar de uma mais morte despercebida. Descarnados e leprosos de vida.
VI
S(e)u(a)n
Entre encostas de ouro as grutas que habitam os nossos corações podem ser partilhadas ao jeito de um mar solar. As flores e os nectares divinos percorrem-nos como caminhos, e nós vemo-los crescer de olhos cerrados e compenetrados com as coisas além do que concedeu o nosso nascimento, e num purpura muito peculiar acariciamos em azul as almas conjuntas. No Jardim do Sol as almas que geramos perpetuarão a barca solar num infinito laço de vida em espiral, trespassada por anciãos muito próprios que nos baptizam as mortes. Assim partimos e sem retorno as marés do Sol sublimam mil filhos do nosso amor, guardião de mistérios vespertinos. Viviamos meias-vidas, e nos teus cabelos de eternidade, de todas arvores amantes despidas, despertamos como quem desaparece e se une a tudo em prece. Por Amor, Lei e Vontade, ofereço à minha amada um coração alado, a Flor do Mundo Perfumado.
VII
É provavel que comece por um sonho. Organiza as tuas coisas, trabalha, e espera. :) espera. sonha, sonha, sonha... Depois de esperares muito, já não precisas de sofrer com o facto de que já nada espera por ti do outro lado, a espera em si tornou-se no necessário. E diz adeus, diz sempre adeus e espera, e sonha como se fosse um olá longinquo e distante presente na memória. Bebe o suficiente, um bom vinho, não demais não vá a noite parar e notar-se mais do que o normal. As noites e os dias são algo parado, havia um caminho nobre, percorrido por um coração aceso, dentro de um livro de fábulas em gavetas tapadas por outras gavetas. Pode bem começar por um sonho, um homem perder-se em ruas que conhece demasiado intimamente, como quando é feliz demais, impossivelmente feliz dentro de si mesmo no que almeja. Que importa? Já ninguem se lembra.
VIII
"Sorria, está a ser avaliado" dizia a tabuleta na qual se encontrava, inscrita, a impressão de uma comunicadora idiota a sorrir. E nós queriamos satisfazer o animal ligado às máquinas, na sua poltrona mecânica, e que nos supervisionava escutando os nossos intimos detalhes, infiltrando-se pelo nosso sistema nervoso. E nós queriamos satisfazer aquele ministro do Cristo mecânico e tudo o que ele representa, porque temos caudas de sagui e medo de perdê-las no caminho. Nós queremos comer, na mão, a vossa diarreia, e por isso submetemo-nos ao máximo gosto. Ligamo-nos às maquinas e escutamos, o primeiro passo é escutar o som eléctrico dos circuitos e metálico dos mecanismos; de seguida, deixamo-nos penetrar por diversos tubos e, durante aquele horario repetido, programamo-nos segundo a sua vontade e somos possuidos pelos varios impulsos da maquina. Quando voltamos, os nossos olhos são feitos de negro fixo.
IX
Se eu contar as estrelas esta noite, numeros indecifraveis ocorrerão em cada brilho, e eu serei a sua luz preplexa no olhar. As estrelas sugam-me ao céu e devolvem-me à Terra. Por mais que me agrilhoem as obrigações do animal humano, em cada espaço, a eternidade é uma certeza. O que eu conheço na eternidade, não é pronunciavel, mas, a força estelar faz-se sentir, por vezes, na gravidade entre dois olhares (quando um desconhecido parece ser o local da nossa orbita e ostentar o conforto de um lar à muito esperado). É assim que, por vezes, dois pequenos seres cheios de impulso reproduzem o céu na terra, que nos parece sempre, quando nos relacionamos entre nós, desordenada e fora de órbita. Quando isto acontece, é provavel que, dado os inumeros impulsos irracionais e inconscientes, as estrelas nos voltem a roubar para a abobada a sorte que foi nossa, criando espaços de eternidade nas nossas maleaveis almas pequenas. A vida prossegue, e continuamos a embater em diversas paredes labirinticas, mas o céu será tanto mais negro quanto mais brilhante quando a noite se apresenta.
X
No exterior chove rosa e dourado. Cá dentro uma serpente laranja brinca comigo aos olhares. Ao meu lado direito encontra-se um cubo branco e ao meu lado esquerdo uma esfera piramidal, negra. Atrás de mim, um anjo branco. Abaixo de mim, a sedutora feiticeira em negro purpura e acima, um Anel de Fogo e um Olho. No centro, um coração de seis raios e uma coluna luminosa. A casa é de cortinados violeta e as paredes são azuis e douradas, sendo que o fogo de Michael move-se por elas. - A Serpente disse: Existe um outro mundo, queres ver? Queres ver? - Então uma cabeça cheia de negro, cinzenta, como um cranio nu, dizia: "dead dead dead with that Christ in my head - Na camara lateral do peito existia, no lugar do coração, uma forca e uma cruz com pregos e ali inscrito: sad sad sad with heaven on my lap - E no lugar do seu falo um ovulo branco e uma cova oval. Ali: tomorrow as turn up dead - E nos seus pés haviam, em cada um, duas laminas de prata em V: Seth shall bring regret. E então três crianças envoltaram a figura suspensa como uma luz na escuridão e eram como candeias, uma branca, outra cinzenta, e outra dourada, e comporam-se em prece, ajoelhando-se, e uma cuspiu os dentes e a lingua no Supremo Nome; e da outra rolou o coração e transformou-se em vermes; e do outro sangravam os joelhos e formavam raizes para o corpo de luxuria que vive na terra. E então uma fenda na terra abriu-se dando vistas para um céu, e era o céu, com Lucifer e os seus anjos e um animal que bramia: He has God for his dog. E eu disse: este outro mundo é estranho, ó amada.
XI
Uma mulher de espinhos num mar de sangue. Um coração espremido em liquido preto de encontro ao vazio do baque devorado. Uma irritação que se aplaca na impaciencia de um ouvinte insólito e tão inutil como as palavras soltas. Um coração baixo à mercê das hienas, os irmãos que são senão traição quando vemos de dentes no chão; Uma sensual bela que desliza a cantar como uma fada impensavel em superficie aquosa e descasca a minha alma prazerosa em angustia ansiosa e certeira de que o vazio será mais amplo ao longo da valsa das flores que perdem as petalas e dos homens que murcham no desassossego de todas as coisas magnificas a que o visionario aspira de corda ao pescoço, de lamina ao peito de dedicado engenho, prometido empenho decepado como um palhaço do inferno devorado perder e perder e perder sem saber que somos nós que perdemos sentindo que somos eternos num despedaçar de ondas contra o cais. Sem lugar onde descansar as feridas brilho ensaguentado. E espero por coisa nenhuma, cheio de desejo inconcretizavel.

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