Perdida, fragil flor pelo candor devorada,
singela, singela e pálida na alvorada,
na qual ave da alegria em noite abalava,
fora eu feiticeiro que, sobranceiro
afirmava que amava, e dizia-te
fica onde estás, que eu, assim,
só por te olhar, construo-te em paz.

E ela procurou destinos trémulos,
em espanto de homens incrédulos;
desvairou pelas ruas serpenteantes da noite;
escolheu estaladeiro na boca do lobo e açoite,
e trouxe, limpida, um coração como oferenda
ao Deus da contenda.

Em tudo isto ele a fitava,
e pensava, que desaparecia
em toques de cítara,
e ela pressentiu que não havia paz,
mas um silêncio ardente e mordaz,
que o descanso não pertencia a pedra
nem tumulo, nem a erva,
nem a fumo,
mas a um fogo insaciavel
que produz o incansável.

Então falando, mostrou-lhe,
e sem formas, não tocando, tocou-lhe,
"em tudo, o amor,
é a incondicionalidade do louvor"