Eu sonho de abismos,
de abismos a evocarem abismos
e de mim, coroado em luz
a olhar para tudo isso,
deixando-me seduzir sem ceder.
Depois deixo as aves debicarem-te os olhos,
retrato de carne que de mim fiz, e procrio
mais um abismo, onde faço ninho
a mais um dragão que inala e cospe
puro espirito santo.
Imagino-me a engolir bolas azuis
cheias de pelos e de espinhos
e que contêm em si mesmas
o pequeno ondular do mar.
Depois vejo-te a sorrir, e o teu sorriso cresce,
ele cresce sempre até ao infinito, é ai
que te tornas força maléfica e me perco ao espelho.
Mas que raio és tu
cujo coração é um espinho
e um raio de luz eterna?
A estrela negra que me fez perder tudo
mas me deu coisa nenhuma.
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